Para Laurinda Mendes da Costa Hora, de 55 anos, o primeiro estágio significa o retorno ao mercado de trabalho após uma pausa de quase 4 anos. Formada em administração de empresas há 27 anos, ela foi demitida em 2013, depois de trabalhar por 23 anos na área corporativa de uma grande varejista. Naquele ano, ela se aposentou.
Aproveitou a calmaria para cuidar de sua vida pessoal e dos filhos. Mas a necessidade de voltar a estudar e se atualizar falou mais alto e ingressou no curso técnico em administração no ano passado. Alguns meses depois, começou a fazer estágio em uma faculdade de São Paulo. Ambos terminam em julho.
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Segundo ela, a graduação lhe deu a visão do todo, mas o curso técnico traz um nível de detalhamento maior de cada segmento, como recursos humanos, logística, finanças e contabilidade.
Laurinda conta que no começo ficou receosa de ser a estagiária mais velha, mas a acolhida foi ótima. “Me sinto como uma mãe, dou conselho, é uma troca de carinho”, diz.
No processo seletivo ela teve de concorrer com jovens de 17 e 20 anos. E “tirou a ferrugem” depois de anos sem fazer uma entrevista de emprego. “Meu currículo foi elogiado pela experiência e graduação. No dia seguinte me ligaram para começar na mesma semana”, diz.
Seu trabalho atual é no departamento de finanças, atendendo alunos presencialmente e por telefone, cuidando das matrículas e dos pagamentos. “Está sendo muito bom para o meu currículo. Mesmo aos 55 anos a gente tem muito o que aprender.
Estou com muita disposição para trabalhar”, diz.
Laurinda reconhece que ser remunerada com bolsa-auxílio - pouco menos que um salário mínimo, que atualmente é de R$ 954 - na sua idade é um desafio e, no seu caso, só é possível porque ela tem uma aposentadoria. Seu benefício é cerca de 3,5 salários mínimos (ao redor de R$ 3,3 mil). Em comparação com o antigo emprego, pelos seus cálculos, o valor da bolsa-auxílio é cinco vezes menor.
“Acho pouco, só consigo encarar esse valor porque tenho minha aposentadoria. Mas vejo o estágio como oportunidade e aprendizado, que servirá para a minha volta ao mercado de trabalho, na área financeira, em um departamento que para mim é novidade”, diz.
Segundo ela, a faculdade acenou com a possibilidade de efetivá-la, pois estão precisando de funcionários. Laurinda pretende ainda fazer pós-graduação em contabilidade ou finanças.
Fonte: G1
18.02.2018
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